Francisco Carlos Teixeira aborda economia, política e RH

Francisco Carlos Teixeira, professor titular de História Moderna e Contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Fundação Dom Cabral participou do 6º Fórum de Dirigentes da ABRH-SC. Como tema, ele explorou o cenário econômico mundial e do Brasil e relacionou sua influência na sociedade, na política e para a área de recursos humanos. Para o professor, a crise de 2008 ainda não acabou. “É a maior crise econômica que o mundo já enfrentou, desde 1929”, destacou. E a crise é de credibilidade, segundo ele. “Como diversos setores foram atingidos, ficou difícil diagnosticar as causas a serem combatidas”. A recuperação, disse o professor, seria retornar aos índices relativos de crescimento anteriores a 2008 e permanecer com estes por dois a três trimestres. Ainda assim, ele acredita que o padrão de vida será menor do que em 2008 e que o padrão de bem-estar social não será recuperado. “A saída da crise deve acontecer a partir de 2016 ou 2017” apontou Teixeira. Segundo ele, 2014 foi o pior ano de todos para a economia e exemplificou citando a incapacidade fiscal da zona do Euro, com a crise financeira na Espanha e na Itália. “No Brasil temos uma situação ruim, mas não é uma catástrofe. Temos que escolher se ficamos no grupo dos que choram ou dos que vendem os lenços”, disse. Para a área de recursos humanos o recado foi direto “o funcionário está se esforçando, mas deve se esforçar mais, para criar níveis de eficácia”. Teixeira apresentou dados alarmantes: “68% da população escolar são analfabetos funcionais, a maioria das crianças e jovens está na escola e na série adequada, mas não consegue grau mínimo de aprendizado nas classes de alfabetização. O que está acontecendo com as escolas?”, questionou. Para o historiador, o impacto deste número nas empresas é imediato, mas Santa Catarina é exceção. “O Estado é um exemplo para o País”, afirmou. A diferença está no fato de muitas empresas atuarem também como escolas, como centros de formação. “Um valor agregado que gera aumento de produtividade. Por isso, Santa Catarina é o 6º PIB no Brasil e o 5º PIB per capita brasileiro. É uma economia pujante e em expansão”. Das tarefas que o Estado tem a cumprir se destacam os investimentos em infraestrutura urbana, como estradas, o equilíbrio entre arrecadação e custeio e o foco na formação, “as escolas também precisam ser laboratórios para a formação profissional, aumentando eficácia e competitividade”. Para a presidente da ABRH-SC, Luzia Fröhlich, o Fórum de Dirigentes promoveu a atualização e gerou reflexões no debate proporcionado pelo encontro. “Os desafios são novos à medida que são apresentados pelo contexto econômico atual, com cenários nacional e internacional, principalmente, de incertezas. Então, é importante saber como a gestão de recursos humanos vai se adequar a essas questões pensando na qualificação do mercado, na retenção de profissionais e também em atender as demandas das empresas”, destacou Luzia. Francisco Carlos Teixeira é formado em História, Mestre em História Social, Doutor em História  e Coordena o Laboratório do Tempo Presente www.tempopresente.org O 6º Fórum de Dirigentes da ABRH-SC aconteceu em Criciúma, no dia 19 de setembro.  
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