COMO LIDAR COM FUNCIONÁRIOS DE TEMPERAMENTO DIFÍCIL

Por Ernesto Berg*
Indivíduos com personalidades difíceis não acreditam, na maioria das vezes, que tenham algo de errado. Eles pensam: “esse sou eu” ou “sempre fui assim”, e o senso de autopreservação faz que continuem desse jeito. Pessoas difíceis dificultam o atingimento de metas, absorvem seu tempo e energia, atrapalham o relacionamento da equipe e, frequentemente, são causadoras de conflitos, mesmo que às vezes não o queiram. O curioso é que muitas vezes são pessoas competentes que sabem executar seu trabalho, desde que as deixem trabalhar do seu jeito e no seu ritmo. Saber trabalhar com elas é uma habilidade gerencial fundamental para o sucesso do gestor. Reconheça que pessoas com personalidades difíceis existem e que, cedo ou tarde, você irá conviver com elas. O melhor a fazer é enfrentar a realidade e aprender a lidar com elas. Também reconheça que certas pessoas são incompatíveis entre si. Algumas vezes, determinada pessoa se dá bem com várias outras pessoas, mas não com você. E de nada adianta ela dizer-lhe “todo mundo gosta de mim”, e tentar empurrar a culpa do mau relacionamento para o seu colo. Se você tem uma índole equilibrada, não compre essa ideia. Compreenda que você não pode lidar com pessoas difíceis do mesmo jeito que lida com as outras. Existem as que são irritadiças, outras sensíveis, outras, ainda, impacientes ou agressivas. É preciso saber agir em cada caso, pois são comportamentos crônicos. A razão e a lógica frequentemente não funcionarão com eles, porque são indivíduos governados pelas suas verdades internas, que não necessariamente se coadunam com a realidade em que vivemos. A melhor maneira de interagir com esses indivíduos é conhecê-los. Procure saber quais são suas aptidões, seus interesses e motivações. Focado nisso, poderá destinar-lhes as tarefas ou funções compatíveis com sua índole. Defina ações e prazos para desenvolverem os trabalhos e coloque-se à disposição se precisarem de ajuda. Peça-lhes sugestões sobre o que fazer e a melhor maneira de executá-lo. Monitore, a distância, o andamento das atividades para verificar se estão sendo realizados conforme combinado. Quando surgir um conflito dialogue com calma, sem irritação ou impaciência, caso contrário, estará dando à pessoa difícil um instrumento para manejá-lo. Mantenha um clima de respeito e entendimento, mas não se deixe manipular por atitudes agressivas ou sentimentais. Cuide para que você mesmo não se torne uma pessoa difícil (se já não for). Se tiver certos comportamentos repetitivos e crescentes como: teimosia, perfeccionismo, autoritarismo, impaciência, agressividade, sensibilidade excessiva, omissão, o sabe-tudo, queixar-se continuamente, recriminar constantemente, fazer papel de vítima ou outros semelhantes, existe a forte chance de você se encaixar numa dessas duas alternativas: você está estressado ou é uma pessoa de personalidade difícil mesmo. De qualquer maneira, é bom lembrar que todos nós temos algumas características das pessoas difíceis, em determinado grau. Nesse caso, depende de como definimos o comportamento “normal”. Se em um grupo de pessoas certas atitudes ou comportamentos podem ser considerados normais, em outro, essas mesmas condutas podem ser mal vistas e até recriminadas. Um bom nível para definir a normalidade é o espírito de colaboração, respeito e consideração praticado entre as pessoas, e o padrão ético e moral com que se conduzem.
*Ernesto Berg é especialista em desenvolvimento organizacional, negociação, gestão do tempo, criatividade para tomada de decisão, administração de conflitos e sócio-proprietário da Berg & Cia. empresa de T&D. Fonte: ABRH-Brasil
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