Conexão Brasil x Portugal: A Gestão de RH na Rota do Sucesso

É um facto que muitos de nós ainda andamos às voltas com a ideia de que os RH nas empresas do nosso tempo e do futuro (!) têm de se posicionar ao nível da estratégia da empresa tendo vista ajudar a empresa na obtenção de resultados….

Nada mais errado!

Como ouvi dizer recentemente a minha amiga Leyla Nascimento (atual Presidente da World Federation of People Management), “o mundo já mudou e é inadequado dizermos que ainda estamos em processo de mudança…”. Segundo ela, a ideia de um RH estratégico e gerador de resultados é conversa do século passado! Hoje e cada vez mais no futuro faz sentido falar de um RH flexível e altamente customizado para as respostas aos desafios do mundo do trabalho e das empresas.

“Não serão instrumentos programados que efetivamente nos farão protagonistas de um mundo corporativo em ebulição”, diz Leyla Nascimento. É tudo uma questão de estratégia do próprio RH nesta autêntica “batalha naval” que é jogada pelo RH de forma assertiva num contexto de mares turbulentos e desafiadores que caracterizam o presente e o futuro das nossas empresas, digo eu!

Mas afinal, o que espera a Gestão de Topo das nossas empresas dos seus RHs?

Desde logo, que sejam capazes de “atirar certeiro” com boas soluções pragmáticas nas diversas “embarcações” de vários canos (leia-se, mais simples ou mais complexas…) que constituem os vários desafios a que a gestão da empresa está sujeita por via dos contextos voláteis, incertos, complexos e ambíguos…

Isto implica que o novo jogador RH seja capaz de definir uma estratégia proactiva baseada numa eficaz análise dos contextos competitivos da organização, que lhe permita posicionar a “sua artilharia” técnica e comportamental no tabuleiro de forma adequada, maximizando o seu “poder de fogo”, isto é, capacidade de planeamento e decisão, apresentação de propostas sustentadas e sua execução de forma atempada e eficaz. Depois, conhecer o inimigo, ser capaz de analisar as condições ambientais em que se move no contexto da organização e preparar atempadamente respostas assertivas que permitam criar vantagens competitivas a seu favor.

Se a sua leitura do ambiente circundante e a sua capacidade de resposta não forem a apropriada estará (definitivamente) a dar tiros na água… Podendo, em extremo, colocar em causa a sua possibilidade de navegabilidade na sua organização tendo que repensar ou por modo próprio, ou incentivado pela sua organização, toda a sua rota futura.

É isto que a Gestão de Topo espera do atual RH… Simples, certo?

A Gestão de Topo vai esperar de si que seja um player ganhador e/ou que, pelo menos, aprenda com os erros e saia do “jogo” com dignidade. Um autêntico jogo de batalha naval onde o jogador ou acerta em cheio ou é acertado!

Não considerar esta necessidade da Gestão e não atuar em conformidade com o que a Gestão de Topo espera do RH, é fazer cumprir a velha máxima que vem sendo há muito profetizada no sentido de “quem não muda, é mudado…” e isso pode muito bem corresponder a um valente “tiro no porta-aviões”!

Pedro Ramos, o fascinado, amigo e fã de Leyla Nascimento, Diretor de RH do Grupo TAP Air Portugal, pai da Rita e da Joana, e que nas horas vagas, atreve-se a (re)pensar o futuro da gestão de pessoas e a escrever coisas sobre como a pessoas poderão continuar (no futuro) a ser o melhor das empresas… Pedro Ramos foi palestrante internacional do CONCARH 2018.

[Esta crónica foi escrita para publicação em http://inforh.pt/a-gestao-de-rh-na-rota-do-sucesso-ou-um-valente-tiro-no-porta-avioes/]

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